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Reflexoterapia

A Reflexologia ou Reflexoterapia é um tratamento com origens que remontam à China, Índia e Egito, iniciado por volta de 3000 a.C, (Embong et al., 2015) baseado na premissa de que todo o corpo está representado nas mãos, orelhas e particularmente nos pés, e que diversas estruturas corporais podem ser estimuladas quando pressionadas áreas específicas (Unal et al., 2018).  

Os conhecimentos sobre a Reflexoterapia foram levados da Índia para os EUA em 1913 pelo médico otorrinolaringologista Dr. William Fitzgerald, sendo posteriormente desenvolvida e divulgada por Eunice D. Ingham e sua aluna, Mildred Carter (Embong et al., 2015).

Dentro da Reflexoterapia, a técnica mais conhecida é a Auriculoterapia, cuja origem remonta à França entres os séculos XIX-XX. O pavilhão auricular era cauterizado para tratar ciática ou dor de dente em Córsega, França por volta de 1850 e quase simultaneamente pelos médicos Joseph François Malgaigne, em Paris, França; e Giambattista Borelli, em Turim, Itália (Rabischong,Terral, 2014). No entanto, devido à falta de explicações objetivas, essa técnica nunca foi utilizada novamente até 1950, quando alguns curandeiros do sudeste da França estavam tratando a dor ciática por cauterização da anti-hélix da orelha (Rabischong,Terral, 2014). Essa técnica foi observada pelo médico francês Paul Nogier, de Lyon, França, que iniciou uma longa série de investigações e observações clínicas que levaram a seus 6 anos de desenvolvimento de pesquisa em Marselha, França, apoiado por Jaques Niboyet, PhD, de Marselha.

Em 1957, Nogier publicou na Revista Alemã de Acupuntura [Deutsche Zeitshrift für Akupunktur] seu primeiro mapa definindo um arranjo somatotópico na aurícula com um desenho feito por Gerhard Bachmann (Rabischong,Terral, 2014). A publicação deste mapa auricular se espalhou rapidamente do conceito na Rússia, Japão e China. Anatomicamente, a principal distinção do pavilhão auricular é sua composição de pele fina que está firmemente aderida às cartilagens fibrosas fixadas ao redor do meato acústico externo e que confere ao pavilhão auricular sua forma típica. Tem uma inervação e suprimento sanguíneo muito ricos, cuja composição de nervos permite considerar esse órgão como um órgão neurovascular específico (Rabischong,Terral, 2014).

O uso da acupuntura na França tornou-se mais popular após o final da década de 1920 (particularmente após 1934) após a introdução da acupuntura chinesa através dos livros escritos por George Soulie de Morant. Ele não era médico, mas trabalhava no Conselho Geral francês de Xangai, China, apresentando fluência em mandarim (Lu et al., 2013). A sua tradução do Nei-Jing continha a descrição dos 14 meridianos, cada uma correspondente a um órgão específico (Rabischong, Terral, 2014), que chegam igualmente até a orelha. O Dr. Nogier também se interessava por Acupuntura, e estes conhecimentos foram absorvidos no desenvolvimento da Auriculoterapia. Posteriormente, seus estudos e foram aproveitados pelos médicos chineses que depois de séculos, revitalizaram a Auriculoacupuntura em seu país.

A avaliação da Reflexoterapia utiliza a palpação para localizar pontos de sensibilidade, que representam uma alteração em alguma estrutura corporal. Ao aplicar uma pressão controlada com os polegares ou indicadores, elas são estimuladas em busca de um equilíbrio, afetando, portanto, diferentes regiões e estruturas corporais por meio de estimulação realizada nos pés, auxiliando na melhora de dores corporais e bem-estar geral (Ernst, Köder, 1997). A Reflexoterapia tem sido usada para aliviar sintomas em diversas doenças, como dores, estresse psicológico e redução dos sintomas de fadiga (Unal et al., 2018).

Na Reflexologia, os pés, mãos e orelhas são aceitos como projeções do corpo, com replicações somáticas de todos os órgãos, glândulas e músculos em áreas específicas ou zonas reflexas. A Reflexoterapia do pé baseia-se na hipótese de que os arcos reflexos a partir de zonas específicas nos pés estão relacionados com órgãos internos do corpo (Unal et al., 2018).

Especula-se que os mecanismos pelos quais a Reflexoterapia modula as funções corporais se devem à mediação do equilíbrio entre divisões simpáticas e parassimpáticas do sistema nervoso autônomo, e também, estimulação da liberação de mediadores que regulam processos fisiológicos (Unal et al., 2018).

No Brasil, a Reflexoterapia é uma das terapias inseridas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) em 2017. Sua utilização vem ocorrendo no SUS em algumas cidades, como Recife (PE), Rio Grande do Sul (RS), Uberlândia (MG), São João Del Rei (MG), Guarulhos (SP) e dos estados do Espírito Santo, Ceará, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e Santa Catarina, com relato de boa aceitabilidade e resultados favoráveis (Dacal et al., 2018).

Algumas linhas de pesquisa têm se voltado para efeitos no pós-operatório em cirurgias cardíacas (Ribeiro, 2019), dores lombares (de Medeiros, 2016) e dores corporais (Huber, 2015) com resultados positivos e promissores. Na Faculdade Federal de Santa Catarina, no programa de Pós-Graduação em Enfermagem, a Prof. Dra. Grace T M Dal Sasso tem trabalhado com Reflexoterapia em linhas de pesquisa. Outra professora que conduz orientações na área é a médica Dra. Mônica de Oliveira Nunes, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia.

A Associação Brasileira de Reflexologia e Terapias Associadas – ABRTA, foi criada em 1994 e defende a prática dessa técnica no Brasil e também oferece cursos na área. Ainda não existe nenhuma regulamentação no Brasil, sendo oferecidos cursos em outras escolas.

A Escola Raphaël Nogier de Auriculoterapia Clínica oferta a formação de Auriculoterapia clínica no Brasil conforme técnica e ensinamentos do Dr. Raphaël Nogier, filho de Paul Nogier, fundador da Auriculoterapia moderna.

Como profissionais que se destacam na área pode-se citar Eduardo A. Santos e Glauco Carlos de Sá Pacheco da Rocha de Garopaba-SC, a médica Dra. Luciana L. Pepino e o reflexoterapeuta Osni Lourenço de São Paulo-SP,

No exterior, a Association of Reflexologists é uma organização que reúne profissionais na Inglaterra e oferece cursos na área. Na Índia, a All India Association of Acupressure Reflexology reúne profissionais e dispõe de cursos de 36 horas, em módulos básico, intermediário e avançado. Na Europa, instituições e hospitais oferecem tratamentos de Reflexoterapia em conjunto a tratamentos alopáticos. A International Federation of Reflexologists promove cursos na área e oferece chancela a outras associações globalmente.


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